sábado, 5 de janeiro de 2013

Pedal Cicloturismo Palmas-Gurupi



Não poderia deixar de compartilhar com meus amigos e parceiros de pedal a felicidade por ter concluído mais essa aventura ciclística. Eu e meu amigo Edinho, percorremos 270 km em 2,5 dias de pedalada. Através do Google Earth, elaboramos uma rota totalmente desconhecida por nós, montamos nossos alforjes com mantimentos, roupas, bebidas isotônicas, gel, paçoca, rapadura, rede .... tudo que a gente achou que precisava.
Dia 21 partimos de Palmas rumo a Gurupi, totalmente autônomos como manda o figurino do cicloturista. No primeiro dia, após ter pedalado 100 km sob um sol de deserto, chegamos no povoado de Pinheirópolis, fomos procurar pelo Centro Comunitário para pernoitar, e logo demos de cara com a solidariedade que o ciclismo desperta nas pessoas. À primeira informação que buscamos, já nos ofereceram banho, cerveja e dormida... que foi aceito de pronto.

 
No segundo dia partimos de Pinheirópolis rumo ao Trevo da Praia do Croá, passando por Brejinho. Nesse dia aconteceu de tudo, a começar que partimos com atraso, tendo pela frente um sol de rachar novamente. Começamos com 38 km de asfalto com muitas subidas até descer a serra a 70 km por hora de pura adrenalina. Partimos de Brejinho após as 10 da  manhã por um trecho 58 km. A estrada encontrava-se em péssimas condições, com as famosas costelas de vaca chacoalhando tudo e roubando energia do ciclista. A medida que avançávamos começaram a surgir na paisagem os plantios de eucalipto, essa praga que destrói tudo, enriquecendo uma minoria gananciosa, descomprometida com o meio ambiente e as causas sociais. Triste fim do cerrado tocantinense. A vegetação é abatida sem dó, os córregos desparecem, não há uma única semente ou fruta para os bichos e pássaros. 
  
Nesse ambiente de monocultura e sol escaldante pedalamos aproximadamente 30 km sem encontrar casa ou córrego para se refrescar. Tivemos que fazer um intervalo de 4 horas até o sol dar uma trégua, isso sem contar que a água já estava chegando ao fim e a bateria do gps já emitia sinais de fraqueza. A essa altura estrada já era tranquila demais, dava até para desconfiar, não passa mais carro nem moto, não demorou para descobrimos que a estrada havia sido abandonada por causa de uma ponte que foi queimada.

Faltando uns 15 km para chegar ao Trevo da Praia, começaram a surgir casas a beira da estrada para abastecermos de água, no entanto teríamos que pedalar ainda mais 12 km até a fazenda de um amigo, lá jantamos uma leitoa assada acompanhada de umas brejas geladas, foi a primeira refeição consistente do dia.
No terceiro e último dia era grande a expectativa com a chegada. Apesar do sol que continuava sem tréguas, e das malditas costelas de vaca chacoalhando nossos rins, no auge do cansaço um urubu fdp nos acompanhou de perto, no mínimo achando que seriamos almoço em potencial...rs.

No final deu tudo certo, valeu demais pela superação, pelas amizades encontramos no caminho, pela sustentabilidade proporcionada pela bicicleta. 
Agradeço o amigo Edinho, que pedalou como um gigante, apesar de ser sua primeira viagem. 
Aos amigos que nos deram apoio, e aos nossos familiares que nos aguardavam com orgulho. Obrigado!!!!!


Por Domingos Aguiar

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